
A Neurociência da Acupuntura
A neurociência mostra os mecanismos de ação da acupuntura no corpo humano, buscando explicar seus efeitos analgésicos, anti-inflamatórios, moduladores do sistema nervoso e outros benefícios.
Adriana Nóbrega
3/8/20242 min ler


A neurociência da acupuntura, também conhecida como neuroacupuntura, atua nos mecanismos neurobiológicos subjacentes aos efeitos terapêuticos da acupuntura. Ela combina os princípios da medicina tradicional chinesa com os avanços da neurociência moderna para explicar como a estimulação dos pontos de acupuntura afeta o sistema nervoso e promove a saúde e o bem-estar.
A estimulação dos pontos de acupuntura pode desencadear uma série de respostas neurofisiológicas no sistema nervoso central e periférico. Isso inclui a modulação da atividade neuronal, a liberação de neurotransmissores, como endorfinas e serotonina, e a regulação do sistema neuroendócrino, como a liberação de hormônios.
Uma das aplicações mais estudadas da neuroacupuntura é no alívio da dor.
A estimulação dos pontos de acupuntura pode ativar os sistemas analgésicos naturais do corpo, reduzindo a percepção da dor e melhorando o limiar de dor. Isso pode ser especialmente útil no tratamento de condições de dor crônica, como dor lombar, enxaqueca, artrite, artrose, cervicobraquialgia, síndrome do túnel do carpo, cirurgia ortognática, fibromialgia, cólicas abdominais e geniturinárias, endometriose, dores oncológicas.
O efeito analgésico da neuroacupuntura refere-se à capacidade da acupuntura de aliviar a dor, tanto aguda quanto crônica, através da modulação de diferentes sistemas neurais e da liberação de neurotransmissores.
A liberação de endorfinas, que são neurotransmissores naturais do corpo com propriedades analgésicas semelhantes aos opiáceos. Além das endorfinas, a acupuntura também pode aumentar a liberação de outras substâncias analgésicas, como encefalinas, serotonina e noradrenalina, que ajudam a modular a percepção da dor e a resposta ao estímulo doloroso.
A acupuntura pode influenciar o sistema nervoso autônomo, que controla funções involuntárias do corpo, como frequência cardíaca, pressão arterial, respiração e digestão. Ela pode ajudar a equilibrar a atividade simpática (responsável pela resposta de "luta ou fuga") e parassimpática (responsável pela resposta de "descanso e digestão"), promovendo relaxamento e bem-estar.
Estudos de neuroimagem funcional, como ressonância magnética funcional (fMRI) e eletroencefalografia (EEG), mostraram que a acupuntura pode modular a atividade cerebral em áreas associadas à regulação da dor, emoções, cognição e outros processos. Isso sugere que a acupuntura pode ter efeitos positivos no tratamento de transtornos neurológicos e psiquiátricos, como depressão, ansiedade e distúrbios do sono.
A neuroacupuntura pode promover a plasticidade neural, que é a capacidade do cérebro de se adaptar e reorganizar em resposta a estímulos externos e internos. Isso pode ser especialmente relevante no tratamento de lesões neurológicas, como acidente vascular cerebral (AVC) e lesão medular, ajudando na recuperação funcional e na reabilitação.
